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Isso é muito Alô

Dia do Sertanejo: a evolução do ritmo mais amado do Brasil


Dia do Sertanejo: a evolução do ritmo mais amado do Brasil

sertanejos

Tem para todos os gostos: caipira, raiz, romântico, universitário, sofrência.. É , minha gente! O sertanejo vai dominar o mundo! Vocês sabiam que hoje, 3 de maio, é o dia de um dos ritmos mais amados do Brasil? Para comemorar a data o Tá Bombando separou umas curiosidades e de quebra listou TOP 10 do sertanejo!

Confira o top 10 do sertanejo 2018:

 1- Gusttavo Lima – Apelido Carinhoso

2 – Zé Neto e Cristiano – Largado Às Traças

3 – Luan Santana – 2050

 

4- Henrique e Juliano – Mais Amor E Menos Drama

5- Thiago Brava – Dona Maria

6- Marcos e Belutti – Cancela O Sentimento

7- Wesley Safadão – Romance Com Safadeza

8- Jorge e Mateus – Propaganda

9- Maiara e Maraisa – Quem Ensinou Fui Eu

10 – Marília Mendonça – Transplante

Evolução do sertanejo

O gênero que está presente na vida dos brasileiros há mais de um século já mudou, se expandiu, criou filhos universitários e partiu de nossas fronteiras rumo ao mundo. Confira mais sobre esse ritmo que não é mais só de viola e tem passado de geração em geração por todos os cantinhos do país.

1- Mais de um século de história

Cornélio Pires é o nome do responsável por disseminar os costumes caipiras para outros cantos do país, fosse por canções ou encenações teatrais. Em 1912, lançou o livro “Musa Caipira” com versos típicos. Dez anos depois, quando Mário de Andrade ajudou a organizar a semana de arte que valoriza a cultura nacional, o trabalho de Cornélio foi exaltado e um grupo sob o título de sertanejo trouxe influência de ritmos como catira, moda de viola, cururu, lundu, entre outros, misturados ao som da viola caipira. Em 1924, um grupo de violeiros, com instrumentistas como Caçula e Sorocabinha, aparece como o primeiro da música sertaneja que se tem registro. Em 1929, Cornélio resolve bancar do próprio bolso o dinheiro para a gravação de um disco, que poucos dias após ser lançado, esgotou-se nas lojas tamanha a procura.

2-Sertanejo raiz.

“Marvada pinga” – o hit de Inezita Barroso é um dos muitos que representam a moda de viola raiz. Embora já fosse conhecido do público, como vimos acima, é a partir da popularização obtida nessa fase e do ritmo já mais definido que o sertanejo ganha contornos que são referência até hoje para os novos artistas que despontam no gênero, ainda que em sua versão moderna. As composições são marcadas pelos vocais mais agudos acompanhados pelo som do instrumento característico do ritmo até então, as letras retratam episódios da vida no campo e usam pitadas de sátiras em seus versos. Outro exemplo de música que marca esse estilo é “Tristeza do Jeca”, em sua versão original apresentada por Tonico e Tinoco e que já foi regravada por inúmeros artistas sucessores do sertanejo raiz, já com outra pegada. Pena Branca e Xavantinho também são nomes significativos dessa fase.

3- Mistura de instrumentos

A viola ganha uma companheira moderninha: a guitarra, mas não só ela. Absorvendo algumas referências latinas e o uso de outros instrumentos para além da viola, as letras também passaram a falar sobre outras questões sociais e as duplas explodem com tudo, fazendo sucesso por todo o país. Em uma fase de transição entre o primeiro momento citado acima e as novas mudanças, destacam-se nomes como Cascatinha e Inhana, Irmãs Galvão e Irmãs Castro. Em um segundo momento, já entre 1970 e 1980, duplas como Milionário e José Rico, Gino e Geno e Teodoro e Sampaio marcam os fãs do gênero com músicas como “Estrada da Vida” e “Ela Chorou de Amor”, reverenciadas até hoje pelos cantores modernos.

4-Novos Caipiras

Uma nova geração de músicos surge com o intuito de recuperar e valorizar o sertanejo raiz. Eles são bem sucedidos em seu intuito e ganham fama, lotando casas de shows. Nomes como Almir Sater e Sérgio Reis fazem parte desse movimento e acabam sendo pontos de referência para os músicos posteriores. “Um Violeiro Toca”, “Menino da Porteira” e “Romaria” são exemplos de músicas que surgiram revigorando e reverenciando a música caipira nascida antes.

5-Aô, Sofrência

O romantismo, de repente, fica em alta e o ritmo importado da América do Norte, o country, passa a influenciar as composições tupiniquins. Esse movimento começa ainda no final da década de 70 e ganha força entre 1980 e 1990, quando surge um sertanejo com nova roupagem em vozes como as de Chitãozinho e Xororó, que colocaram o gênero para tocar nas rádios FM do país, e marcaram uma era com a interpretação de “Fio de Cabelo” e Zezé Di Camargo e Luciano, trazendo “É o Amor” para o imaginário popular. Outros cantores que representam esse estilo dentro do sertanejo são Daniel, antes dupla de João Paulo, com hits como “Adoro Amar Você”, Leonardo, anteriormente acompanhado do irmão Leandro, com letras como as de “Entre Tapas e Beijos”, Roberta Miranda, com sons como o de “Majestade, o Sabiá”, Bruno e Marrone, com “Dormi na Praça”, entre outros, como Christian e Ralf e Trio Parada Dura.

6- Universitário 

Cada vez mais moderno, o ritmo acelera e aceita ainda mais referências, até mesmo de outros ritmos como o axé e o funk, com uma percussão mais marcada, pesando também ainda mais no som da guitarra. Nos anos 2000, com uma pegada mais pop e dançante, as músicas passam a ser usadas para animar festas e derrubam ainda mais os preconceitos sofridos pelo gênero, ao ganharem outros fãs, com idades variadas e de todas as faixas sociais. “Chora Me Liga”, de João Bosco e Vinícius, “Você de Volta”, interpretada por Maria Cecília e Rodolfo, “Paga Pau”, de Fernando e Sorocaba, “E Daí?”, nas vozes de Guilherme e Santiago, “Pode Chorar”, de Jorge e Matheus, “Leilão”, com a dupla César Menotti e Fabiano, “Meteoro”, com Luan Santana e o grande hit sertanejo, que ganhou o Brasil e o mundo, “Ai Se Eu Te Pego”, de Michel Teló, são exemplos que embalam essa nova roupagem da música caipira, que de caipira já não tem nada. Artistas que surgiram em fases anteriores a essa buscam se adaptar um pouco para manter o sucesso no mercado, como Daniel e Paula Fernandes.

7 -Feminejo

Com as mulheres ganhando cada vez mais força, esse empoderamento não ficou de fora do reflexo da música. No sertanejo, vozes como as de Maiara e Maraísa, Marília Mendonça, Simone e Simaria e Naiara Azevedo fazem história na trajetória do ritmo.

Fonte: uol